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quinta-feira, 9 de julho de 2009

Gripe Michael Jackson

Permitam-me, inicialmente, a minha indignação.
Após, peço desculpas se parecer negativa demais, porém principiarei as minhas palavras com uma negação.
Não, eu não sinto a mínima vontade e o mínimo interesse de ligar a televisão seja pela manhã, ao meio-dia, à tarde ou à noite.
Não pela falta de conteúdo que já havia me afligindo há muitos e muitos anos, não pela realidade televisa que engloba o mundo social enfocando fofocas e afins.
Mas, sim, pelo sensacionalismo. Pela insegurança e incredibilidade que os jornalistas são praticamente obrigados a comunicar e reportar, ainda que a situação esteja totalmente saturada.

Explico: quando ouso apertar o botão vermelho do controle remoto, ou vejo michael jackson, ou vejo gripe A.
Sobre o astro do pop, perdoem-me os fanáticos, admiradores ou simpatizantes, mas, convenhamos, é algo que merece, sem sombras de dúvidas, seu espaço, mas TODO o espaço? Seria realmente necessário? Seria realmente plausível passar na televisão o velório (!) inteiro de uma pessoa, com a única intenção de comover os indivíduos para com uma perda tamanha e significante?
Desculpem-me as minhas insistentes generalizações, mas acho que damos voltas e voltas e paramos no mesmo lugar.
Essas voltas circulares, esse desvio de enfoques informativos demonstrados pela famosa política de pão e circo, não passam de meios para tirar a atenção das pessoas e, desculpe mais uma vez, acabando por fazer as mesmas de trouxas.
Será que alguém acompanhou os reais problemas da sua cidade, estado, país, enquanto a televisão venerava o astro do pop? Será possível que a população, ao invés de se questionar sobre a sua realidade, questionava onde o bendito corpo seria enterrado?

Respeito a uma alma em memória é uma coisa, mas exagero é outra. Por que, quando vivo, o tal do Michael não tinha o mesmo reconhecimento? E o mais equivocado desta realidade é o fato de inúmeras pessoas tornarem-se fãs, agora, e venerar um cara que, há poucos tempos atrás, era considerado como uma das pessoas mais indignas de respeito e admiração, não pela sua arte, mas pelo seu SER HUMANO.

Fugindo um pouco deste caso, entro em outro que é tão comentado quanto, ou até ainda mais: a gripe suína. Está certo que a função jornalística é manter a população informada de todos os detalhes possíveis. Mas, será que não está havendo um excesso de informações? De tão mencionado, o assunto acaba deixando as pessoas paranóicas, fazendo-as comprar máscaras, correr desesperadamente em busca de anti-gripais e afins ou, o pior, garantir ainda mais a raiva para com os "hermanos" e outras nacionalidades que demonstram ter mais casos da nova gripe.
O próprio ministro da saúde do país afirmou que a gripe A é mais uma gripe, apenas de novo tipo, mas que é tão ofensiva quanto a gripe comum, notada pelos sintomas parecidíssimos.

Pois então, caros leitores, qual é o motivo de todo esse insistente alarde? Claro, a preocupação deve ser algo totalmente existente e consciente, mas preocupar-se demais não vai aniquilar a gripe. Aqui na minha cidade, por exemplo, será feito um Festival de Folclore, e cogitou-se a possibilidade de cancelar a vinda de grupos estrangeiros onde os casos da gripe são existentes em maior quantidade. Pois não seria melhor observar os membros do grupo e ver se há algum caso, ao invés de, simplesmente, impedi-los de comparecer a um evento baseado somente em suposições?

Acho que está na hora de questionar o que é mostrado e reportado, não simplesmente acreditar em tudo que a caixa de botões diz. Claro, é até de uma certa utilidade distrair-se dos problemas pessoais, entretendo-se com a televisão. Mas, convenhamos, ingenuidade tem limite. Paciência tem limite. Notícia também tem limite. Pois então, vamos abrir os olhos e não nos deixarmos comover por repercussões relâmpago. Ou você lembra ainda de todos os mínimos detalhes da gripe aviária? Ou, ainda, quando a menina Isabella foi atirada? Onde estão as pessoas comovidas com esse caso? Será que ainda procuram saber como isso foi resolvido?

É, gente. Jornalismo tem dessas. Não vou julgar a melhor profissão do mundo, mas vou julgar o que o excesso de sensacionalismo e informações exageradas provoca nas pessoas. E depois ainda tem gente que afirma que não é preciso qualificação para reportar notícias com credibilidade. Se, com a tal da qualificação, este tipo de coisa acontece, imagina sem ela?

Sem mais delongas, até porque sei que aquele nariz de palhaço que você vê no template desse blog vai demorar, e MUITO, para sair de lá. Assim como o seu, que de tanto pão e circo, você nem enxerga mais.

Desculpe qualquer equívoco, mas era isso.

8 argumentaram:

Julia Wartha disse...

A-DO-REI o texto!

É verdade, e bota sensacionalismo nisso...

;*

Bia disse...

brigada, ju! :)

Dá. disse...

Post de atitude!
É acho se ele morreu que ta na hora de deixa ele descansa em paz!
Poooxa, já chega né,ele foi um grande idolo e sempre vai se um grande icone da musica, mais tudo tem limites!
E sobre a gripe, acho que tá todo mundo meio paránoico mesmo :O

Beeijos:*

mente inconstante disse...

Eu confessso: sou culpada!
andei semeando essa gripe por aí... postei no meu blog, vejo todos os canais que passam sobre o MJ (e olha que não são poucos hehehehe, mas é que o cara mandava muito bem!
mas sei bem que tudo tem limite...
por e xemplo o que estão fazendo com o corpo do cara não é nem um pouco justo!
fazer o que... capitalismo, sensacionalismo...
acho q a gripe tah na hora de acabar realmente!
é sempre bom desabafar...

:)

Nanda disse...

É verdade Bia, é um saco agora idolatrar o cara porque morreu, antes quando estava vivo ninguém o fazia.
Não aguento mais!
Ah, com certeza voce será um excelente jornalista, texto perfeito!

beijo!

J. disse...

Andando po aí achei seu blog, e adorei. Muito bom o texto, concordo nem me dou o trabalho de ligar a Tv mais só se for pra ver alguma serie.
Se puder e quiser passa lá no meu blog.
bjbj
J.

Bia disse...

brigada pelos comentários, meninas!!

:** disse...
Este comentário foi removido pelo autor.