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terça-feira, 17 de agosto de 2010

Cof, cof, atchim! Cigarro.

Lendo uma baita reportagem que saiu no último caderno Kzuka, senti-me na obrigação de falar sobre algo que sempre quis falar, mas nunca tive coragem: o cigarro.
É extremamente horrível essa sensação - e certeza, convenhamos - de que essa realidade da "geração chaminé" só aumente. Mais horrível ainda é sentir-se fora dos padrões de qualquer ser humano por ser totalmente contra isso. Não gosto do cheiro, não gosto da aparência plástica de um cigarro na mão, não gosto de ver as pessoas soltando aquela fumaça pela boca - e achando a coisa mais linda do mundo. Terrível também é quando você diz a um fumante "hey, não curto... será que você pode fumar longe de mim?" e a mesma criatura dar risada da sua cara e jogar aquele bafo que esvoaça em direção ao seu rosto. Leis que impedem a população de fumar em locais fechados? Repercussão total na teoria, pena que na prática não funciona. Nunca vi lei que fosse mais desrespeitada - e olha que quase todas são.

Por falar em lei, lembro de um episódio no qual estava curtindo uma festa em minha cidade, logo depois da lei municipal ter sido sancionada. Uma certa criatura, muito crente da certeza dos seus atos, tirou o cigarro da carteira e começou a fumar, ali, no meio do ambiente fechado, como se nada estivesse acontecendo. O dono do estabelecimento, então, preocupado com os não fumantes que cercavam o dito cujo (e também com medo de tomar AQUELA multa, caso o amável fumante fosse denunciado) quis intervir. O fumante? Ficou ofendido, claro. Queria brigar. Onde já se viu ele não poder desfrutar desse prazer da vida? Que se dane a proibição. Pois é.

Sempre fui adepta à filosofia "usufrua da sua liberdade, desde que a mesma não interfira na dos outros". Quem fuma, não fuma sozinho. A fumaça contamina todo o ambiente, tornando os contra-cigarro meros fumantes passivos que não tem direito de reclamar de nada.
Se fumar fosse estragar a vida unicamente do ser que realiza o ato, não seria contra. Até porque você ganhou sua vida, logo faça dela o que bem entender.

O álcool, por exemplo, que também é considerado uma droga que igualmente gera dependência, estraga vidas, sim. Mas de uma forma única - o máximo que vai interferir na vida dos outros é ter que aturar o bafo e as atitudes do bêbado. Ou também fazer as pessoas ao seu redor sofrer, caso você seja um dependente. Enfim. Ele prejudica fisicamente só a pessoa que faz uso dele. Não vou dizer que não bebo e quaisquer etcéteras, até porque estaria me contradizendo. Bebo sim, daquele jeito moderado, lá de vez em quando aos finais de semana. Fiquei bêbada sim, mais que uma vez. E dessas vezes, tirei lições. Umas divertidas, outras nem tanto.

Não sou contra quem quer extravasar, curtir a vida de uma maneira diferente, não. Faço isso - mas nem sempre. E é esse "semprefazerisso" que estraga a vida de muita gente por aí. Infelizmente, ter o tão afamado auto-controle às vezes não resolve, pois quando você menos espera, seu controle é jogado ao léu e você também.

Voltando ao cigarro, sei que muita gente fuma por aparência, já outros, porque gostam (gostar disso, pra mim, é totalmente incompreensível. PRA MIM). Sei que muita gente "só faz isso em festas". Sei que muita gente pensa que não é viciado, mas é. Sei que muita gente tem consciência do vício e não sente vontade de parar com isso. Sei que muita gente acha os que são contra TOTAIS CARETAS, ora bolas, é só se controlar.

"O jovem tem hoje todas as informações que precisa sobre o cigarro, mas não quer ser controlado. (...) O cigarro começa com as festas do final de semana, onde eles tomam trago. Daí começam a fumar principalmente nas festas, o que também é um vício. Quem pensa que para quando quer está errado, pois você não sabe como seu corpo vai se comportar", palavras de Luiz Carlos Correa da Silva; médico, chefe do serviço de pneumologia da Santa Casa de POA, professor da UFSCPA, UFRGS E UPF e coordenador do Fumo Zero da AMRIGS (trecho publicado nas páginas centrais do caderno Kzuka).

Sei que muita parcela dessa tal geração chaminé respeita os que não curtem. Sou admiradora de tais pessoas - pena que, até agora, vi que essa parcela da população é mínima.Tenho muitos amigos que fumaram e continuam fumando, outros que provaram e viram que não era bom. Eu nunca provei, e cada dia que passa sinto ainda mais certeza de que não farei isso. Se só o cheiro me causa irritação e espirros constantes, imagina aquela fumaça circulando no meu pulmão e causando um alvoroço interno em mim? Não, muito obrigada. Prefiro continuar assim, careta, como queiram, na minha vidinha mais ou menos de extravasar de vez em quando - e olhe lá - com bebidinhas e tal.

PS.: Um beijo pros fumantes que respeitam quem não curte. Vocês não imaginam o quanto são legais. :*

13 argumentaram:

Unknown disse...

"Não, muito obrigada. Prefiro continuar assim, careta, como queiram, na minha vidinha mais ou menos de extravasar de vez em quando - e olhe lá - com bebidinhas e tal" [2]

Disse tudo. :) Na vdd, por sorte tenho amigos que falam "Tu fuma?" e qd eu digo q nao eles falam "faz bem." :) Ao contrario d mts q c tu nao fuma eh taxado de careta.

Mas cigarro é bad ;S E qm gosta do cheiro, mein kott. É louco >.<

Anônimo disse...

Eu fumo sempre e é muito bom fuma. Fumo desde os 18 anos e hoje estou com 25 e meu pulmão continua novo. Normalmente, nunca pediram para parar de fumar em danceterias. Acho ridícula essa lei de não poder fumar em lugares fechados. Os incomodados que se retirem ou vão para um lugar mais longe.
Geralmente fumo cigarros de menta o hálito fica gostoso depois de fuma. Até a maioria das mulheres gostam do meu hálito e essa é minha opinião, mas respeito a tua.
Bjão.

Cátia disse...

wSabe Bia, pra mim o cigarro é uma permitida rebeldia que se mostra necessária em um ou outro...
Porém a história do vício já vejo diferente... São os vícios podres internos se manifestando assim também por fora. Julgo mesmo é uma sociedade nesses casos, não o indivíduo por sozinho.
Sempre acho curioso de ver que a polêmica do cigarro afeta muito antes os que estão doidos para meter o dedo na cara de alguém jogando culpa e não entre os próprios fumantes...

Anônimo disse...

Ridícula! Não quer que fumem em local fechado? Vai pra Igreja! Quem és tú para inventar histórias e atribuí-las como verdade?! Teu blog não se trata de um "editorial", mas sim ficção barata. Pois é, Bia Natacha. Olhar para o próprio NARIZ ;) faz bem!

Bia disse...

@cláudia: pois é, também concordo contigo em todos os sentidos. tu sabe ;)
@anônimo: obrigada pela opinião, respeito a tua. volte sempre.
@ainâteb superinteressante a tua colocação dos vícios internos. concordo!
@anônimo pois é, infelizmente não vou poder seguir a sua dica porque não costumo frequentar igreja... mas valeu! volte sempre. de preferência com identidade, para que eu possa saber quem defende tais teses :D se não tiver coragem, pode continuar no anonimato mesmo, como preferir.

Anônimo disse...

Já que a moda é comentar em anônimo, também quero brincar.
Mas não vou ser clichê em postar um comentário anônimo pra xingar, e sim pra apoiar a opinião da Bia.
Porra, "os incomodados que se retirem" foi a gota d'água. Quer dizer agora que se eu quiser abaixar a calça e cagar no meio de uma balada eu tenho esse direito, e quem se sentir incomodado que deve se retirar?
E não, não estou exagerando na comparação. Pois cocô tem o mesmo nível de odor e poder de causar nojo nas outras pessoas quanto um cigarro.
;)

Fê Voltz disse...

Bia.
Vi seus comentários no twitter sobre a pequena polêmica que gerou teu post sobre cigarro.
E me senti na obrigação de vir aqui manifestar a minha opinião. Não generalizo os fumantes, mas conheço muitos que não respeitam o espaço dos outros. Na minha casa, por exempo, vivo brigando com meu pai por ele fumar na cozinha ou na área de serviço, poluindo os alimentos e impregnando aquele cheiro insuportável nas minhas roupas. E convenhamos, nada mais desgradável do que sair de casa "defumada". Complicado... Sei que todos temos livre arbítrio nas escolhas, mas respeito é fundamental! Nada contra quem fuma, pelo contário, tenho muitos amigos e parentes fumantes.. Mas caros amigos fumantes: fazer alguém de fumante passivo é atitude extremamente egoísta. Polua apenas seu pulmão, o pulmão aheio não tem relação nenhuma com seu vício!!!
E aproveitando, gostaria de deixar uma frase aos anônimos que sentem prazer em divulgar suas opiniões impiedosas:
"Quem é anônimo para atacar já percebeu que não merece o próprio nome." (Fabrício Carpinejar)
Um grande beijo Bia.
Parabéns pelo Blog!

Bia disse...

@anônimo obrigada pelo apoio! adorei a sua comparação... pra mim também é a mesma coisa!

@fe voltz também acho horrível tais pessoas se darem o direito de invadir o nosso espaço. o mundo é de todos e o respeito deveria ser colocado em PRIMEIRO lugar por todas as pessoas. ótima a frase do Carpinejar, diz tudo. ;) valeu e continue visitando SEMPRE.

Anônimo disse...

Bia Natacha: Não falte com a verdade, e não será atacada! Critique, exponha sua opinião, mas não minta. E esse espaço não é seu... É público. Quem fala o que quer, ouve o que não quer. Releia seu "artigo" e perceba como seu jeito de escrever é por vezes pejorativo. Menos ironia, assim quando você atacar alguém (que é o que você faz) será mais levada a sério, e seu texto terá sido promovido a um texto adulto. Ass: Anônimo que não merece o próprio nome, ou amável fumante ;)

Marco Dieder disse...

A Bia fez um comentário audacioso sobre cigarros, fumantes, seus hábitos, leis, respeito, ... E quando "atacamos" um grupo claro que a resposta vem na mesma proporção, ainda mais o fazemos num espaço público como esse blog tão referendado. Como aqui não espaço para aquelas posições "em cima do muro" vou também deixar a minha.
Cigarro ou qualquer coisa que o valha sou absolutamente contra, muito contra. E explico. Até uma certa idade da minha vida eu tolerava quem fumava um fato mudou esse conceito pessoal. Há alguns anos meu querido avô morreu vítima do vício do cigarro. Seu pulmão não aguentou as tragadas diárias. Nos seus últimos momentos de vida uma cena me marcou: deitado a cama, com respiração artificial e ventilador ligado, ele fazia movimentos com a mão que estava sentindo falta de ar e pedia que abanássemos algo que trouxesse o oxigênio que seu pulmão não tinha mais nenhuma capacidade de trazer para a circulação sanguinea. O cigarro, o maldito cigarro, levou meu avô para o túmulo. Quiça se não fosse esse vício ele estaria conosco ainda. A partir daquele momento passei a ter uma adversão quase que odiosa do cigarro e por conseguinte daqueles que fumam. Sou daqueles anti tabagismo chatos, que pede para a pessoa se afastar, que reclama, que xinga... Há de chegar o dia em que haverá uma lei que proibirá a comercialização livre de cigarros. Quero estar vivo para comemorar e muito. Não consigo vizualizar nenhuma vantagem em fumar. Status? Status é ter saúde para dar e vender.
Bia, parabéns pela coragem e fico aqui na torcida para que aqueles seus amigos que ainda fumam que deixem o vício em breve, bem antes que padeçam num leito de morte como aconteceu tristemente com meu querido avô,

Bia disse...

@anônimo: olha, você pensa que eu fiz um texto assim e esperaria somente opiniões a meu favor? nunca, nunquinha. falei o que quis, ouvi o que quis. a sua opinião era a que eu mais esperava, pra ser sincera, pois tenho consciência de que muitas pessoas que conheço têm o hábito de fumar. porém não se sinta tão atingida, não fiz o texto para "atacar" ninguém especificamente, mas para TODOS aqueles que fumam e não respeitam a liberdade dos outros. acredite: não tenho nada contra quem quiser fumar. apenas contra quem fuma na cara de quem não curte. tornei-me repetitiva? pois assim acho necessário, repetir tantas vezes para podercaptar o que quero dizer. vou levar em consideração suas críticas, porém as ironias não vou deixar de usar... adoro tanto esse recurso de linguagem! mesmo assim, obrigada!! volte sempre.

@marco: concordo totalmente com o seu posicionamento. também tenho meus motivos pessoais para não suportar o cigarro. e é uma pena que tanta gente acha que vai fumar para o resto da vida e continuar um ser saudável! torço pela extinção desse mal, assim como você. volte sempre!!

Carol disse...

Lamentável ver que as pessoas que fumam acreditem que são seres saudáveis como outros que não fumam. Isso quer dizer que a medicina está errada? Que comprovações científicas não passam de "propaganda enganosa"? haha! É até cômico. Não desejo mal a ninguém e não sou contra quem fuma com respeito. Mas seria MUITO legal se essas pessoas (que não respeitam quem não fuma) tivessem uma crise de Rinite alérgica. Nossa, eu ia rir muito!
Bia, perfeito, mais uma vez! :)

Cristine disse...

Li o texto da Bia e dei muita razão à sua crítica.
Aqui, em Floripa, a maior parte das baladas proíbe terminantemente o cigarro. E se você for pego fumando na balada, o segurança vai gentilmente ao seu encontro pedir-lhe para ir fumar lá fora. E não tem papo.
Mas, quando fui a Nova Petrópolis numa determinada balada muito popular das sextas-feiras me deparei com a deprimente cena de um monte de menores de idade fumando livremente no meio de um local mal arejado e extremamente movimentado. Quando fui à segurança solicitar uma "ajudinha" recebi, em resposta, o seguinte: "A gente não pode fazer nada".
Eu, que já não estava mais acostumada a fumaça de cigarro em locais fechados, passei mal e tive q ir lá fora tomar um ar.
Aí me pergunto: será um problema com o cumprimento das leis ou com a cultura de um povo com pouco bom senso?
Estamos falando de pessoas adultas e não de crianças que precisam de babás pra dizer que tal coisa não pode. Por favor né gente...
Acredito que eu, assim como a Bia, não estamos criticando o fato de um fumante ter optado por fumar e sim o fato de ele não respeitar a pessoa não-fumante que está ao seu lado.
Até meus amigos fumantes acham que a lei é positiva para os não-fumantes.
Acho que virou constume implicar com as proibições.. elas não existiriam se as pessoas, por espontânea vontade (e não por obrigação), tivessem bom senso.