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quarta-feira, 28 de abril de 2010

Realidade Plastificada

Primeiramente, quero pedir um número inexistente de desculpas pelo abandono do adjunto adverbial.
Não quero e tampouco pretendo aqui citar motivos para isso ter ocorrido, só afirmar que o blog está de volta a ativa, eba pra alguns e aaah pra outros. Hehe.
Enfim, sem mais delongas... Uma realidade que venho percebendo ser frequente na nossa nação é a quantidade de vidas plastificadas. Sim, caro leitor, é da cirurgia plástica que vos falo.

Por ano, os brasileiros e brasileiras (mais as brasileiras, pressuponho) realizam UM BILHÃO de cirurgias plásticas. Seja para corrigir aquele nariz que você insiste enxergar 15 vezes maior do que o coitado é, seja para aumentar os seios para a sua blusa preferida ficar mais “recheada”, seja para tirar orelhas de abano que fazem você parecer o Dumbo, enfim, para corrigir o que você e as pessoas ao seu redor declaram como sendo defeito. Sei que esses supostos defeitos podem estar acabando com a tal da sua auto-estima, bem como sei que a cirurgia plástica já mudou (pra melhor) a vida de tantos e tantos indivíduos. Que bom que a medicina com suas tecnologias nos propiciam essa válvula de escape!

Agora o questionamento que eu vos faço é outro: até que ponto a plástica pode mudar pra melhor a vida de uma pessoa e até que ponto ela está sendo alvo de exageros ocorridos por pura vaidade? Cansei de assistir reportagens de mulheres que não se contentam com seus 500 ml de silicone e resolvem colocar mais, pra ficar ainda mais bonita (?) ou, simplesmente, aparecer (confesso acreditar mais na segunda hipótese). Cansei das notícias da tal da Bismarck que já gastou mais de cem mil com isso e mais parece uma mulher de plástico, criada nas mesas de cirurgia. Cansei de ver até consórcios pra realizar esse “sonho”. Cansei de ver mulheres como a Miss Rio Grande do Sul 2009, a Bruna Jackson (hehe), xingar e difamar seu médico por ter feito seu nariz errado (sendo que ela deveria estar ciente que isso poderia acontecer. Na certa ela pediu um nariz minúsculo para o doutor, e foi o que ele fez, neam. Mas enfim!! Vejam como ela era mil vezes mais bonita antes de ter feito a burrada: http://f.i.uol.com.br/folha/ilustrada/images/0915850.jpg). Cansei dessas meninas que já são lindas e vivem reparando em defeitos que sequer existem pra ter a barriguinha da fulana de tal, pra ter o narizinho arrebitado da ciclana, pra ter a bunda da deltrana. Na boa, cansei.

Não entendo como alguém supostamente bonito aos olhos da sociedade pode se olhar no espelho e viver reparando nos defeitos, preferir correr riscos numa mesa de cirurgia ao invés de se aceitar como é. Também ainda não entendo como alguém prefere pagar uma plástica pra ter o rostinho e o corpinho do ano ao invés de investir esse dinheiro em educação, para a formação de um CARÁTER melhor, este que deveria ser mais bem reparado do que um reles nariz bem feitinho. Aliás, já pensou se existisse uma maneira médica de modificar o interior de uma pessoa por completo, de um dia pro outro? Cruzes, a fila, na teoria, deveria ser maior do que pra fazer a tal da plástica. Outro fato que eu acho ridículo é o concurso de Miss. Eu sou totalmente a favor de não aceitarem mais mulheres totalmente de plástico. Analisem na passarela: quais candidatas não têm silicone, ou não corrigiram o nariz, ou não tiraram uma costela? Quantas mulheres bonitas POR NATUREZA desistem desses concursos porque vão perder pra uma mulher que, na mais pura realidade, não é bem assim como parece? Onde está a beleza natural das brasileiras que é taaaanto lembrada?

Mas, enquanto a aparência continuar sendo o fator de maior importância na vida das pessoas, continuaremos a ver na televisão panicats de corpo perfeitamente plastificado, lindas de morrer, que só rebolam e distribuem sorrisos, porque quando abrem a boca... Continuaremos a ser um dos países que mais realiza cirurgias. Mas também continuaremos a ser o país que mais exibe mulheres lindas, belas, cheias de artefatos que enlouquecem os olhos de qualquer um. E só, infelizmente. Afinal, pra que se aceitar cheio de defeitos, se você pode ser perfeito? A mais pura verdade é que ninguém mais quer realmente aceitar a sua condição: a de SER HUMANO, acima de qualquer promessa (insuportável, diria) de perfeição.