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sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Dom de hipnotizar

Eu não tinha a consciência do meu apego aos sentidos, e só passei a ter depois de diversos fatos corriqueiros que me fizeram perceber. É mágica a multiplicidade de sensações que ocorrem no meu eu lírico quando entro em contato com perfumes, cheiros, gostos, sabores... Um simples fechar de olhos e sentir o que paira no ar me faz viajar a lugares distantes, relembrando momentos, fatos e, principalmente, indivíduos. Sou totalmente dependente das fragrâncias e dos gostos. Preciso senti-los excessivamente e com uma imensa intensidade, para que qualquer mísero detalhe possa se impregnar em minha mente, para nunca mais sair. Sou tão obcecada e maluca, que sou capaz de sentir o cheiro hipnotizante no ar, ou até mesmo o gosto viciante na boca, sem quaisquer tipos de contatos físicos concretos. Ouso até afirmar que me apaixono mais pelos sentidos do que pelas pessoas que me proporcionam os mesmos. Sentidos são mais poéticos, são mais excitantes, são mais intensos e inexplicavelmente viciantes e hipnóticos. Ao menos para mim, uma idealizadora nata.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

vida louca...

Eu admiro a maneira com que a humanidade se porta em reclamar da loucura de suas vidas ao invés de simplesmente vivê-la, sem esperar por consequências imediatas.
Todos vivem se martirizando por um suposto auto-conhecimento que, muitas vezes, não nos leva a lugar algum, só acaba deixando a vida um tanto pouco sem graça.
Não sei quem foi que inventou que precisamos conhecer os nossos limites para sermos alguém feliz. Desculpe o inventor deste grandioso jeito de pensar, mas eu discordo plenamente. Viver com uma ânsia desconhecida é muito melhor que passar um período imenso da vida se auto-conhecendo. E eu digo o porquê: eu adoro o fato de saber que estou convivendo com uma alma desconhecida que pode me surpreender a cada momento, seja através de um gesto, de uma palavra, de uma simples ação. Eu não tenho vergonha de dizer que não me conheço, e tampouco tenho pressa para saber quem eu sou verdadeiramente. Eu pretendo deixar que o tempo responda aos meus questionamentos, sem queimar nenhuma etapa.
Quiçá seja isso que falta na vida de muitos: permitir-se, não viver com essa teimosa urgência. Creio que digo isso por acreditar em destino, por acreditar que simplesmente vivendo o presente (sem esse negócio de ser apressadinho) o futuro vem nos seus conformes, bem como ele deve ser.
E, sabe o quê? O bom de toda essa vida maluca é saber que os nossos limites às vezes nos surpreendem. O prazer da realidade cada um permite a si, seja da forma que ela for. A solução é se permitir, a solução é a intensidade, a solução é olhar pra trás e agradecer o que está por vir. Se a gente colhe o que planta, não há nada a temer. A vida, por mais previsível que pareça, continuará loucamente nos surpreendendo. Felizes aqueles que desconhecem seus limites, pois esses viverão perplexamente e com uma ânsia muito maior de viver.