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quarta-feira, 9 de junho de 2010

Dia do$ namorado$



Adoro o dia dos namorados. Acho um dia tão romântico, lindo e lá fora aparecem milhões de coraçõezinhos simbolizando que é o dia D. Ok, exagerei. Na real, eu não sou muito a favor desse negócio de data comemorativa. Todo o simbolismo sentimental que a tal data é para proporcionar vai por água abaixo. O que mais vem à mente dos casais enamorados é, nada mais e nada menos do que a palavra PRESENTE. É. Um dia que, na teoria, deveria ser significativo, na prática, é $ignificativo, se é que você me entende. O dia dos namorados é totalmente criado para impulsionar o mercado: marcas criam novos produtos pro tal dia, hotéis lotam na Serra Gaúcha, alinças quase sem correndo das joalherias e até os solteiros frustrados choram em casa e gastam horrores em diversões solitárias por não ter com quem partilhar o dia.

E, infelizmente, não é só com o dia dos namorados que isso acontece. Na páscoa, ovos de chocolate, e só. No dia das mães, "que presente vou dar pra minha mamis?", um cartão de euteamoobrigadaportudo, e só. No natal, presente pra todo mundo, e só. O máximo que fazem é reunir a família pra cantar cantigas para então distribuir os presentes que saem de um saco gigante vermelho. Er, odeio generalizar, pode ser que com você não seja assim. Mas, nesse caso, me permito a tal ato. Porque com a tão afamada maioria é assim mesmo que ocorre.

Voltamos ao dia dos namorados. Conheço muitos que vão se dar presentes, uns beijinhos, e deu. Conheço outros que vão passar um dia romântico em não sei aonde. Outros, vão virar pro lado e dormir. Sei que é totalmente clichê dizer isso, mas o dia de namorar, dia de olhar pra pessoa amada e dizer o quanto se sente bem por estar com ela, não deveria ser centralizado num só dia comemorativo. Aos que não fazem isso, minhas admirações. Aos que fazem, vamos nos ligar, né? Mimar quem você ama/gosta/curte, não necessariamente nessa ordem, deveria ser espontâneo e não ceder às pressões causadas por um dia D. E menos valor ao consumismo... Já que a data existe, deixe-se levar pelo seu lado mais sentimental, faça momentos nostálgicos e curta intensamente com seu amor :)
E aos solteiros, sem pressão. É só encarar o dia como se fosse como qualquer outro, ué. (Apesar dos milhões de coraçõezinhos no ar não te deixarem em paz. Exagerei de novo).

Ah, e feliz dia pro meu namors :) O moreninho lindo da foto lá em cima, ó! s2

terça-feira, 8 de junho de 2010

Ela

Ela se encanta. Percebe nele os mais ínfimos detalhes, como o sorriso do canto da sua boca ou aqueles choros com suspiros que a enlouquecem. Ela ama estar com ele, sentir o cheiro dele, tocar na pele dele, estar com ele. Lembra de todas as datas, de todos os beijos, de todos os gostos. Apaga as brigas e quaisquer resquícios de discussão da memória, não quer desgastar um sentimento tão lindo e visivelmente nobre. Ela repara em todos os jeitos de agir dele: a voz de manhã cedo, o olhar dizendo boa noite, o cheiro tão único que ele exala. Ela o tem na sua vida. Ele não parece ter.

Esquece de avisá-la que hoje não vão poder comemorar mais um mês juntos porque o futebol com os amigos é mais importante (se é que vai jogar futebol). Deixa ela plantada na janela do apartamento esperando ver o farol do seu carro chegar. Esquece que ela tinha uma reunião decisiva hoje e sequer pede como foi. Não se importa com ela tanto quanto ela se importa com “os mais ínfimos detalhes” dele. Ela dá um valor absurdo pra ele. Ele não. Ela quer ele pra ela todo dia. Ele, de vez em quando. Ela se contenta com um sorriso dele. Ele não se contenta só com um beijo dela. Ela quer mais dele. Ele quer mais ELA. E só. Ele não pensa nos sentimentos, já ela é toda coração. Ela começa a se cansar. Desgastar. Desencantar. Ensaia quinze vezes a maneira que vai se desfazer de tudo isso, mas basta ele chegar com toda sua fila de ínfimos detalhes pra ela jogar pra longe a possibilidade de viver sem ele. Até que ela, de tanto se amargurar, de tanto juntar situações de desvalorização explícita, se esgota. Se esgota e vê que é melhor viver de coisas concretas. De quem enxerga nela aqueles malditos detalhes que ela enxergava nele. Ela diz adeus pra ele. Ele que nem parecia ter dito oi pra ela. Pra ela e pros sentimentos dela. Basta o adeus dela pra ele começar a sentir um terço do que ela sentia. Pra ele começar a reparar nela mais. Bem mais. Pra ele perceber que tinha uma ótima pessoa ao seu lado. Se arrepende. Ele, claro. Ele resolve buscá-la novamente. Declarações, escusas, palavras ditas agora que deveriam ter sido ditas antes. Bem antes. Ela, agora, não dá mais bola.

Esqueceu dos detalhes, esqueceu dos sorrisos, esqueceu da voz, do cheiro e tudo que isso a fazia sentir. Guarda-o pra sempre, nas lembranças, e não mais que isso. Ele que não tinha ela na memória agora não sabe mais o que fazer para tirá-la do coração. E é assim que muitas histórias de amor são escritas. Pra um dos autores, teve começo e fim. Já pro outro, que não soube escrever o começo, se perdeu no infinito e jamais saberá onde fica o ponto final. E nem adianta voltar para tentar recomeçar o prefácio. O livro já está fechado para ela. Digitado, editado, impresso e mofando nas prateleiras.